domingo, 9 de junho de 2013

[Avulsos] A Casa



 Estava chegando em minha casa, morávamos em uma cidade calma e um pouco isolada do mundo. Tanto é que os terrenos das casas eram bem grandes. Piper, nosso cachorro ao me ver começa a latir desesperadamente. Interpretei aquilo como saudades de seu dono, dei dois tapinhas de leve em sua cabeça para que ele se acalme e entrei em casa. Chamei por Elena, minha esposa, mas ela não me respondeu. Imaginei que ela estivesse na casa de alguma amiga e que logo voltaria para casa. Enquanto Elena não voltava fui para a cozinha preparar algo para comer antes de ir tomar um belo de um banho. Estava esgotado! Passei pelo piano que tínhamos, nele havia algumas fotografias nossas. Sorri com aquilo. Fazia tempo que eu não reparava naquelas fotos. Enfim, voltei para o que estava fazendo, depois do lanche subi para o banheiro a fim de relaxar um pouco. Depois do banho fui para o quarto e quando cheguei lá, vi uma cena digna de filme de terror. Sangue para do lado, no chão havia uma alguma coisa gosmenta que, quando liguei a luz do quarto, pude perceber que era restos de partes humanas.
 O pavor tomou conta de mim, senti minhas pernas fraquejarem um pouco. Piper começou a latir novamente do lado de fora, corri para a janela na esperança de ver Elena. Quando cheguei na janela pude ouvir gritos e gemidos abafados vindos da casa de ferramentas. Corri desesperadamente para lá tropeçando em tudo que estava em meu caminho. Quando cheguei, a casa de ferramentas estava vazia, mas havia um rastro de sangue que ia para fora da casa. Sai pelos fundos da casa e pude ver um homem. Estava encapuzado e vestido totalmente de preto, ele estava arrastando o corpo de Elena para a pequena floresta que havia ao lado da nossa casa. Ele parou e levantou um pouco a cabeça. Tinha me visto. Nesse instante comecei a correr em direção àquele homem. Ele pegou os pés de Elena e a arremessou para atrás de si. Isso só fez minha raiva aumentar mais ainda.
 Quando já estava bem próximo dele, o homem sacou um facão que estava preso em seu cinto. Ele se colocou em posição de ataque e eu avancei rapidamente na intenção de lhe dar um soco. Quase o acertei, mas ele era como um holograma e tinha desaparecido e reaparecido atrás de mim.
 "Saia daqui!", ele disse, "Vocês não pertencem à esse lugar..."
 Tentei atacar, em vão, atacar mais uma vez e ele acertou pelas costas deixando um corte profundo nelas. Minhas pernas não aguentaram o peso do meu corpo e logo eu estava ajoelhado. O homem para em minha frente e coloca suas mãos gélidas em minha testa.


 Abri meus olhos e estava respirando pesadamente. Estava sentindo náuseas e reparei que estava dentro da casa, porém a mesma estava vazia.
 "Dominic! Te achei, a casa é linda! Acho que seremos felizes aqui...", Elena falava animadamente. Ah, é! Estávamos visitando a casa...
 Percebi que minha mão estava sobre uma mancha preta na parede. Quando olhei para ela, uma voz  rouca sussurrou em minha cabeça: "Se ficar aqui, este será o seu destino...". Estava ficando louco?
 "O que acha de nós ficarmos Dominic?", olhei para ela, e depois para a criatura que estava logo atrás dela.
 "Err... Acho melhor procurar por outra casa Elena.". A criatura foi chegando mais perto de Elena. "Não gostei da região..."
 "Tem certeza? Podemos nos acostumar com o lugar."
 "Tenho, vamos... vamos ver uma casa em outro lugar."
 "Tudo bem então... Vou falar ao corretor que não iremos ficar com a casa... Me espera no carro?"
 Assenti e a vi se afastar, quando ela estava longe o suficiente soltei um longo suspiro. Quando fui me virar para ir em direção à escada, a criatura aparece em minha frente.
 "Você fez bem, Dominic... Grace agradece."
 "Quem é Grace?"
 "A dona da casa... Ela vive entre as paredes da casa."
 Logo depois de dizer a criatura desaparece e eu? Nunca mais ouvi falar daquela casa...

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